quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O homem que engarrafava nuvens

O titulo de sonhos é a porta de entrada para o lindo documentário que apresenta a vida de Humberto Teixeira, político, advogado, compositor e artista!
Apesar do fraco enfoque na personalidade de Teixeira, o que deixou muito a desejar, o filme transporta o público para um mundo cheio de peculiaridades interessantes e regionais. Fazendo baião e história, por trás dos bastidores, Humberto ganhou uma abordagem repleta de músicas e interpretações vindas de grandes cantores. O documentário chega próximo a ser um musical, tocante e envolvente. Como não se emocionar ao ver Lenine interpretando "qui nem jiló" ou Lirinha declamando o baião em pleno século XXI. É forte. A cara do Nordeste. A cara da gente. Vídeos raros foram resgatados. Temos uma surpresa ao nos depararmos com um papo em prosa entre Humberto e o Grande Luiz. É gostoso de ver, ouvir e sentir.
Talvez, para quem não tenha essa ligação forte com o Baião, o filme não seja tão bom ou envolvente e muito menos emocionante. Não. Infelizmente. A bagagem que a pessoa possui é importante para que o longa atenda ao que ele se propõe. Resgatar nossa cultura, nosso imaginário popular, e ver que do tão simples podem sair coisas extremamente belas.
Como dito no começo, não conseguimos ver ao fundo quem era Humberto Teixeira. Conhecemos seus feitos, sua arte, sua música, o que muitos - inclusive eu - nem imaginávamos antes de sentarmos na cadeira do cinema. No entanto, não chegamos a entender ao certo o seu eu, o eu Humberto, o Homem que se escondia atrás de Gonzaga e que era raptado por olhos verdes.
Fiquei com uma sensação muito boa ao sair do filme, gosto de "que coisa bonita", boa! As inúmeras participações especiais do documentário não caberiam aqui no post, mas são valiosas, grandes, merecidas. Teixeira nos deixou um presente, junto com Gonzaga em boa parte de suas composições, nos apresentou o baião e o levou para o mundo. E que gostoso escutar, que gostoso sentir.
E como não é só de música que se faz um filme, as fotografias mescladas ao enredo de composições do doutor Cearense deram ao documentário um ar grandioso. Lindas e fortes imagens foram projetadas e marcaram a narrativa com uma sensibilidade de extremo bom gosto.
Finalizo esse texto com a sensação de que deixei de dizer muita coisa, mas acredito que só vendo para entender o porquê de tantas glórias acerca do filme. Humberto engarrafava nuvens, desenhava canções, escrevia sentimentos.



Classificação Indicativa: Livre

Um pouquinho do que eu tanto falei:

Um comentário:

  1. Melle

    Vc escreve com muita soltura e frescor.

    Vc transmite a sua adoração pelo filme. É legal quando uma mensagem mostra o estado da alma de quem descreve algo. Mas não fica muito comprovado o por que dessa adoração.

    Vc por outro lado critica o filme por não descrever bem o tipo de personalidade do Teixeira.

    Creio Melle que vc tem preguiçinha aqui. Vc poderia ter feito um dever de casa, pesquisado um pouco sobre Teixeira e nos levantar hipóteses do que o diretor poderia ter enfocado apesar do Teixeira não estar mais vivo.

    E vc poderia ter descrito mais as partes do filme né?

    Agradecemos perceber no teu texto o testemunho da sua vivacidade, senti saudade de tu. Acrescido de que não te vi no carnaval.

    beijos

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