domingo, 18 de abril de 2010

Wall-e

A animação da Pixar traz a história de um pequeno e sensível robô que se apaixona e vive uma aventura espacial em um futuro distante.

Mesmo com essa minha descrição manjada, é certo que o filme é lindo esteticamente e envolvente no seu enredo. Wall-e, o pequeno e sensível robozinho, demonstra um carinho intenso no seu olhar, e é ele quem nos hipnotiza durante todo o longa. O contraste central do filme, sentimentos interligados a tecnologia, é especialmente encantador. Consegue-se passar emoção e sensibilidade através de uma máquina “velha” e condicionada a viver de um mesmo jeito, monótono e quase sozinho. A excelente produção causou um despertar de afeições e carinhos acima do enredo, dos personagens e da parte acústica do filme. E com esse gancho de “parte acústica”, eu posso dizer que uma das coisas mais importantes e que, perceptivelmente, tiveram destaque foram os efeitos sonoros da animação. Um detalhe que em qualquer outro filme poderia ser imperceptível, em Wall-e ganhou uma ênfase enorme. Como não lembrar dos personagens desvinculando seus sons, suas vozes, o jeito de falar? Não, não dá. A trilha musical chega a ser uma parte da história, um “climatizador” de ambientes, de cenas. Cada detalhe serviu perfeitamente na criação dos habitantes e quadros da produção. De peças em peças os protagonistas, coadjuvantes e antagonistas foram surgindo, sensíveis, lindos, encantadores e irritantes, mas todos vinculados ao despertar de um sentimento.
A humanização, no sentindo mais singelo da sua palavra, do quase inanimado é um traço muito forte e presente na obra de Andrew Stanton, diretor da animação. Ainda percebemos uma critica leve e ao mesmo tempo pesada (sempre os contrastes) ao modo de vida humano. Aqui vou me ater aos detalhes, pois alguém que não viu o filme ainda pode estar lendo esse texto. Mas fica claro que os Robôs manipuláveis, ou sem inteligência racional e apenas seres inanimados somos nós, seres humanos. Consumismo de forma desenfreada, pela simples ação de consumir, depois, se amontoam em grandes lixos nossos prazeres descartáveis. 
Bem, voltando ao personagem principal e que dá nome ao filme, Wall-e, o que eu tenho a dizer é que ele é um ser singular caracterizado pelos seus gestos e principalmente, como eu já havia dito, pelo seu olhar doce e de brilho intenso. Pelo entrelaçar dos seus dedos e por sua determinação e paixão, características tipicamente humanas, mas que cairam muito bem a um pequeno Robozinho sensível...

Classificação Indicativa: Livre