sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mary and Max - Classificação Indicativa: 12 anos

Definitivamente um filme lindo, repleto de sensibilidade e de uma ironia pura misturada a um humor de traços tristes. Mary and Max entrou para minha lista de produções que eu precisarei ver novamente para me encantar mais uma vez. Uma animação tão humana e tão real que encantaria até o mais insensível dos seres. Muitos aplausos para Adam Elliot, que baseado em fatos de sua própria vida, dirigiu uma história de amizade entre uma garotinha australiana e um senhor americano. Uma relação escrita, de palavras, dúvidas, confiança, sentimentos. O longa é todo ele uma mistura dos opostos, sua essência é juntar o riso ao choro, a dura realidade a fantasia sonhada e o belo ao feio, que juntos se tornam na normalidade tão questionada. E se passamos a observar a vida, Elliot nos cutuca para vivê-la da melhor forma e sem reclamar muito das nossas pequenas coisas, porque, sim, existe a dor e sem ela não existiria a felicidade.
Deixo aqui a entrevista com o diretor, Elliot explicará melhor do que eu esse filme encantador.


Classificação Indicativa: 12 anos

domingo, 18 de abril de 2010

Wall-e

A animação da Pixar traz a história de um pequeno e sensível robô que se apaixona e vive uma aventura espacial em um futuro distante.

Mesmo com essa minha descrição manjada, é certo que o filme é lindo esteticamente e envolvente no seu enredo. Wall-e, o pequeno e sensível robozinho, demonstra um carinho intenso no seu olhar, e é ele quem nos hipnotiza durante todo o longa. O contraste central do filme, sentimentos interligados a tecnologia, é especialmente encantador. Consegue-se passar emoção e sensibilidade através de uma máquina “velha” e condicionada a viver de um mesmo jeito, monótono e quase sozinho. A excelente produção causou um despertar de afeições e carinhos acima do enredo, dos personagens e da parte acústica do filme. E com esse gancho de “parte acústica”, eu posso dizer que uma das coisas mais importantes e que, perceptivelmente, tiveram destaque foram os efeitos sonoros da animação. Um detalhe que em qualquer outro filme poderia ser imperceptível, em Wall-e ganhou uma ênfase enorme. Como não lembrar dos personagens desvinculando seus sons, suas vozes, o jeito de falar? Não, não dá. A trilha musical chega a ser uma parte da história, um “climatizador” de ambientes, de cenas. Cada detalhe serviu perfeitamente na criação dos habitantes e quadros da produção. De peças em peças os protagonistas, coadjuvantes e antagonistas foram surgindo, sensíveis, lindos, encantadores e irritantes, mas todos vinculados ao despertar de um sentimento.
A humanização, no sentindo mais singelo da sua palavra, do quase inanimado é um traço muito forte e presente na obra de Andrew Stanton, diretor da animação. Ainda percebemos uma critica leve e ao mesmo tempo pesada (sempre os contrastes) ao modo de vida humano. Aqui vou me ater aos detalhes, pois alguém que não viu o filme ainda pode estar lendo esse texto. Mas fica claro que os Robôs manipuláveis, ou sem inteligência racional e apenas seres inanimados somos nós, seres humanos. Consumismo de forma desenfreada, pela simples ação de consumir, depois, se amontoam em grandes lixos nossos prazeres descartáveis. 
Bem, voltando ao personagem principal e que dá nome ao filme, Wall-e, o que eu tenho a dizer é que ele é um ser singular caracterizado pelos seus gestos e principalmente, como eu já havia dito, pelo seu olhar doce e de brilho intenso. Pelo entrelaçar dos seus dedos e por sua determinação e paixão, características tipicamente humanas, mas que cairam muito bem a um pequeno Robozinho sensível...

Classificação Indicativa: Livre

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O homem que engarrafava nuvens

O titulo de sonhos é a porta de entrada para o lindo documentário que apresenta a vida de Humberto Teixeira, político, advogado, compositor e artista!
Apesar do fraco enfoque na personalidade de Teixeira, o que deixou muito a desejar, o filme transporta o público para um mundo cheio de peculiaridades interessantes e regionais. Fazendo baião e história, por trás dos bastidores, Humberto ganhou uma abordagem repleta de músicas e interpretações vindas de grandes cantores. O documentário chega próximo a ser um musical, tocante e envolvente. Como não se emocionar ao ver Lenine interpretando "qui nem jiló" ou Lirinha declamando o baião em pleno século XXI. É forte. A cara do Nordeste. A cara da gente. Vídeos raros foram resgatados. Temos uma surpresa ao nos depararmos com um papo em prosa entre Humberto e o Grande Luiz. É gostoso de ver, ouvir e sentir.
Talvez, para quem não tenha essa ligação forte com o Baião, o filme não seja tão bom ou envolvente e muito menos emocionante. Não. Infelizmente. A bagagem que a pessoa possui é importante para que o longa atenda ao que ele se propõe. Resgatar nossa cultura, nosso imaginário popular, e ver que do tão simples podem sair coisas extremamente belas.
Como dito no começo, não conseguimos ver ao fundo quem era Humberto Teixeira. Conhecemos seus feitos, sua arte, sua música, o que muitos - inclusive eu - nem imaginávamos antes de sentarmos na cadeira do cinema. No entanto, não chegamos a entender ao certo o seu eu, o eu Humberto, o Homem que se escondia atrás de Gonzaga e que era raptado por olhos verdes.
Fiquei com uma sensação muito boa ao sair do filme, gosto de "que coisa bonita", boa! As inúmeras participações especiais do documentário não caberiam aqui no post, mas são valiosas, grandes, merecidas. Teixeira nos deixou um presente, junto com Gonzaga em boa parte de suas composições, nos apresentou o baião e o levou para o mundo. E que gostoso escutar, que gostoso sentir.
E como não é só de música que se faz um filme, as fotografias mescladas ao enredo de composições do doutor Cearense deram ao documentário um ar grandioso. Lindas e fortes imagens foram projetadas e marcaram a narrativa com uma sensibilidade de extremo bom gosto.
Finalizo esse texto com a sensação de que deixei de dizer muita coisa, mas acredito que só vendo para entender o porquê de tantas glórias acerca do filme. Humberto engarrafava nuvens, desenhava canções, escrevia sentimentos.



Classificação Indicativa: Livre

Um pouquinho do que eu tanto falei: