O preto e o branco da obra de David Linx nos retratam a história sofrida de um homem que viveu de dores e sonhos em uma sociedade movida pelas aparências. E esse personagem real nos deu um novo significado à beleza na vida.
Assim que comecei a ver o Homem Elefante
sabia que algo de espetacular e especial estava a minha espera. Revolução
Industrial, sociedade inglesa do século XIX, John Merrick como uma das atrações
do circo dos horrores. Com 21 anos, o Homem Elefante tinha uma vida que ninguém
desejaria a ninguém. David Lynch coloca um cenário duro, real e lindo. Se
emocionar com o longa é um lugar comum, as cenas fortes, a fotografia linda e a
triste história real se misturam em um amontoado de surpresas e de angustias.
Isto me faz dizer que esse é um dos melhores filmes que eu já vi. Ao longo da
obra, não há como não se apaixonar pelo jovem com o corpo todo deformado e de
sensibilidade transbordando nos olhos amedrontados. David fez o encontro do
sensível com o horror. Do horror com a beleza. Da beleza com a tristeza. Aos
poucos vamos desvendando John, vamos nos afeiçoando por ele e, assim, deixamos
as lágrimas escorrerem. Simplesmente um filme incrível, de aprendizado e de se
querer o bem. Uma obra que nos deixa reflexões, fantasias e assim se faz ser
lembrada. Sim, repito, um dos melhores. E se em cada cena me pergunto como essa
historia pode ser real, porque ela é, não saberia explicar tamanha
grandiosidade se ela não fosse. O Homem Elefante nos deixa a sensação de que
existe algo de singelo em todos os lugares, em cada um de nós e em cada
sentimento. Jonh Merrick foi um grande homem, O Homem elefante é um grande
filme e com certeza ficará na mente de quem o veja. Uma produção que faz a
gente se confrontar com os nossos próprios julgamentos, nossos preconceitos e
nos leva para uma viagem pertinho de um mundo interior único, único como cada
um é, seres humanos que somos, apenas seres humanos, e incríveis.
Classificação Indicativa: 16 anos